Como manda a tradição, após o momento de grande fervor religioso como é a majestosa Procissão
de São João por algumas ruas do velho burgo, onde se incorpora também o Rancho da Praça com
muitos dos pares dos vários ranchos que dançaram na noite anterior, depois do jantar, o povo
junta-se no Largo dos Artistas com frenesim e muita ansiedade, para viver esse momento único
e tão vilacondense como é a ida à praia, protagonizado e estimulado pelos dois Ranchos de
Rendilheiras.
Primeiro assiste-se com pena à passagem do nosso adversário de estimação, que cabisbaixo, sem
alegria e sem alma, lá vai até à praia para também cumprir a tradição.
De seguida, altaneiro e alegre como sempre, cada ano que passa com mais público, contando-se
por vários milhares as pessoas que se incorporam, lá vai o povo de braço dado com o seu Rancho
da Praça, a cantar e a dançar até à praia. Como habitualmente, são incorporados os lindíssimos
carros alegóricos que desfilaram na noite anterior.
Aí chegados, conforme a tradição secular, o povo vira-se para o mar e canta com entusiasmo "as
orvalhadas", quadras alusivas ao Santo, à terra e às rendilheiras. Findo este ritual, com a
mesma alegria voltamos ao centro da cidade.
Queimando ainda algumas energias que perduram dessa longa caminhada, o povo dança no Largo dos
Artistas até chegar a hora de ir para a Alameda dos Descobrimentos apreciar o fogo de artifício
de encerramento das Festas.
IDA À PRAIA NO DIA DE SÃO PEDRO 2005
É tradição vilacondense que na noite do dia de São Pedro, 29 de Junho, os Ranchos de
Rendilheiras com o seu povo simpatizante vão à praia e apresentem as suas criticas mordazes
sobre as coisas menos boas protagonizadas pelo rival.
Como sempre, o Rancho da Praça pauta a sua critica pelo razoável, pela elevação e pela educação,
sem ferir susceptibilidades de ninguém.
Infelizmente já não podemos dizer o mesmo do Rancho do Monte. A sua crítica agressiva, grosseira
e malcriada é uma provocação que só não tem repercussões graves porque o povo da Praça é ordeiro
e educado. No entanto, o cântaro tantas vezes vai à fonte que um dia parte. É por isso importante
que as autoridades locais intervenham no sentido de acautelar situações que um dia possam fugir
do controlo e, como diz o ditado, depois de casa roubada, trancas à porta. Nessa altura pode
já ser tarde para remediar qualquer mal e podemos todos lamentar-nos envergonhados.

Vem isto a propósito da situação passada no fim da ida à praia, que decorreu sem qualquer incidente,
como é habitual, quando "eles" passaram pelo "nosso local" - o Largo dos Artistas. Preparava-se o
Rancho da Praça para dançar com os seus ranchos, como sempre o faz no seu pavilhão instalado na
Praça de São João, quando o Rancho do Monte ao passar na Rua 5 de Outubro (junto ao Restaurante
Ramon) começa a provocar o povo da Praça que estava naquela praça para ver o seu Rancho actuar.
Feridos no seu orgulho, os Pracistas responderam à provocação e deu-se uma pequena batalha
campal com os "terrões" e as flores dos jardins a voarem de lado para lado.
São situações que relatamos sem qualquer orgulho, demonstrativas de que é preciso alguém de direito
intervir e pôr cobro a determinadas atitudes. O nosso conceito de rivalidade não é o da provocação
e da arruaça. Para nós rivalidade é entendida quando um Rancho procurar fazer melhor que o outro
sem subterfúgios.