SÃO JOÃO 2005

Mais um ano se passou e mais umas Festas terminaram. É por isso altura de fazer um balanço e analisar com clareza e responsabilidade os erros cometidos ou as situações menos boas que porventura tenham acontecido para que não voltem a repetir-se.

De uma coisa estamos todos de acordo. Participar nas Festas de São João, é sinónimo de muito amor à terra e à Associação que representamos, muito trabalho, muita despesa, muito esforço, muita canseira, muitos nervos e alguns aborrecimentos para apenas duas horas de espectáculo. No entanto, outros valores se levantam e nos obrigam a participar e a dar o melhor. Esses valores são a tradição secular de cantar e festejar o Santo Padroeiro e o exemplo deixado pelos nossos antepassados e pelas gerações que antes de nós fizeram parte deste Glorioso.


Comungamos ainda todos da mesma opinião: o Rancho da Praça esteve à altura dos seus pergaminhos e honrou todos os valores anteriormente descritos.

Mas vamos ao que interessa. Há meses que um grupo de trabalho liderado pelo Prof. José Vila Cova e pelo Cândido Picada vinha no novo armazém a trabalhar os três carros a apresentar na Marcha Luminosa. O entusiasmo era grande e o interesse e a curiosidade ainda maiores ao ver nascer do nada os lindíssimos trabalhos que iam desfilar na Noite Santa.

Após os cantares tradicionais ao Padroeiro nos dias 24 de Maio e 17 de Junho, a faltar um mês e oito dias respectivamente para o São João cada vez com mais público a participar, eis que chega a grande Noite.

A azáfama dos participantes na "marcha" era enorme. Todos procuravam apreciar os carros alegóricos para poderem fazer os seus comentários, e esses não se fizeram esperar. Era praticamente unanime e consensual que de ano para ano a Praça sobe qualitativamente o nível dos trabalhos que apresenta sem contudo desvirtuar nos motivos, ou seja, levar sempre algo que diga respeito a Vila do Conde e ao Santo Padroeiro.

O 1º carro representava a passagem bíblica de São João a baptizar Cristo, num trabalho realizado sem mácula.


O 2º carro aliava a faina piscatória tão característica na nossa terra, à fé dos pescadores em Nossa Senhora da Guia ali representada pela sua bela Ermida do século XII, erguida junto à foz do rio Ave.


O 3º carro era uma réplica fiel e extraordinariamente bem feita, da Igreja de Nossa Senhora da Lapa, um monumento da autoria do célebre arquitecto italiano Nicolau Nazoni.


Tudo isto aliado a uma nova coreografia, fizeram com que as várias centenas de participantes dançassem ininterruptamente durante o percurso com imensa alegria, sempre muito ovacionados pelos milhares de pessoas que emolduravam as ruas por onde passava a Marcha Luminosa.

Chegados ao pavilhão, assistimos com alegria a toda a mística que encerra a Noite de São João quer para os que participam, quer para os que assistem, muitos dos quais já participaram há muitos ou poucos anos e que hoje por qualquer motivo já não o podem fazer. A emoção é tão grande que no rosto particularmente dos mais antigos, se vê por vezes rolar uma lágrima de nostalgia.


Depois da entrada triunfal em palco de todos os ranchos, de em uníssono cantarmos o "nosso hino" - a Canção da Rendilheira, e de cumprida a tradicional palavra do Presidente da Direcção, é altura de todos os ranchos começarem a actuar em palco.

Logo a abrir, um enorme momento de ternura protagonizado pela actuação do Rancho Infantil, seguindo-se a nostalgia para todos os que já pisaram os pavilhões através da exibição do Rancho das Velhas Guardas. Um sentimento de enorme alegria e entusiasmo é proporcionado pelo Rancho composto por componentes que dançaram em várias épocas e, para terminar a noite, já há muito se vê o magnifico fogo lançado do rio a estourar no ar, o Rancho Actual com toda a sua personalidade, composto por jovens que compenetrados e conscientes sabem que sobre os seus ombros recai toda a responsabilidade pela divulgação dos nossos usos, costumes e tradições quer em Portugal quer no estrangeiro, termina com chave de ouro a participação na Noite de São João.

No final da actuação dos ranchos e do fogo de artifício, os mais novos continuam a noite no parque de diversões ou a dançar ao som da música do conjunto que junto ao rio toca até ao amanhecer e, os mais velhos, seguem a tradição de junto das suas famílias degustarem o tradicional cabrito com arroz de forno.

VIVA A PRAÇA